Le Roy na sua trama


 

Na última noite do TRAMA, Serralves apresentou Low pieces concebida desde 2009 pelo coreógrafo francês Xavier Le Roy com os seus convidados, um grupo de artistas com actividades diversas na área da dança e da performance (bailarinos, coreógrafos, performers, curadores, encenadores e actores). De acordo com a investigação que desenvolvem em conjunto, definem o desenho de cada apresentação. A peça dura 90’ e tem um dispositivo pré-definido que integra a participação do público o que dá a cada apresentação uma narrativa própria.

 Na noite de 16 de Outubro, tudo começou com as luzes da plateia acesas e no palco, também iluminado, estavam sentados intérpretes, 5 homens (Xavier Le Roy, Neto Machado, Luís Miguel Félix, Sasa Asentic e Jan Ritsema) e 3 mulheres (Salka Ardal Rosengren, Christine de Smedt e Krõõt Juurak). Sem se apresentar, Xavier Le Roy explicou que a peça começaria por uma conversa entre todos (palco e plateia), durante 15 minutos, sem tema pré-definido, sem moderador, preferencialmente em inglês (recorrendo-se se necessário à tradução), sem microfones e com as luzes acesas. Avisou também que se seguiriam alguns momentos de blackout e que no final, às escuras, haveria uma nova conversa.

 O tempo começou a contar e a reacção natural foi um burburinho que desembocou numa primeira pergunta da conversa que se desencadeou em inglês: ”porque estão as mulheres sentadas nas pontas?”. Houve agitação nas cadeiras, cabeças a tentar localizar a espectadora, risos nervosos e expectantes para ver como se desenvencilham os que estavam no palco. Os intérpretes que pareciam estar preparados para esta sucessão de reacções, surpreenderam-se com a observação. Verificaram-se, concordaram que não se tinham apercebido e procuraram dar resposta em jeito de justificação, ora pelo humor: “porque elas demoraram mais tempo no camarim”; ora pela reflexão pedagógica a desmistificar a questão: “em dança contemporânea fazemos muitas coisas que rompem com preconceitos”. Acabaram por mudar de posições. E esta foi a mais manifesta relação entre estes dois lados da boca de cena cuja consequência da conversa no movimento em palco foi inequívoca e visível para todos. Seguiram-se outras perguntas do público respondidas e devolvidas pelos intérpretes: “de onde são?”, “Estónia, Suíça, Brasil, Bélgica, Braga…“; ”o que devemos esperar da vossa performance?”, “forma estranha de colocar a questão… nós estamos em frente a pessoas que esperam e vocês é que perguntam o que devem esperar… Uma experiência, claro!” (respondeu Xavier Le Roy); “esta conversa é relevante para o resto do espectáculo?”, “se não fosse não a faríamos”, “há pessoas que disseram que foi importante”. A conversa começou a gerar diálogo dentro da própria plateia e não apenas entre esta e o palco: “esta parte é performance?”, “então há um propósito que não estou a ver…”, “se calhar é preciso esperar”, “se é que se pode não esperar…”. Os intérpretes corresponderam à dinâmica procurando aprofundar as questões com as suas opiniões diversas: “esta parte é mais interessante para mim do que para vocês como público”, “eu não sei se gosto assim tanto, mas é uma tentativa”. ”quanto gostam do público?”, “muito. Vocês são fantásticos!”, “então vocês também têm expectativas!”, “sabemos que fazemos uma coisa difícil ao querer conversar, sem moderador, com 215 pessoas. É uma coisa quase impossível…”, “alguma vez houve silêncio?”, “sim, num ensaio com umas 6 pessoas conhecidas…”, “voltando à pergunta, eu tenho expectativas… mudar a maneira como dançarei para vocês. Capto o feeling desde a vossa entrada”, “isto é a propósito do que vos damos?”, “é o que criarmos juntos”… e apagou-se a luz.

No escuro, o público ficou high (que é uma maneira de dizer “excitado” e o contrário de low). Houve risos, assobios, ensaios tímidos de aplausos e de pateada. O silêncio foi constrangedor até que surgiram os quadros vivos ou “paisagens”, como refere o programa, com os corpos nus. A saber: 1.Coreografias mínimas feitas de movimentos mecânicos de construção e desconstrução induzidos pelas partituras de sons compostas pelo coreógrafo e que apenas os intérpretes ouviam (por headphones); 2. um quadro exultante de sons (gritos animalescos a lembrar aves, que em Julho, no Festival d’Avignon, foram latidos[1]) sendo perceptível a deslocação em bando no palco às escuras; 3. um bailado vegetalista de braços e pernas (suspensos perpendicularmente dos corpos imóveis no chão); 4. a representação de uma comunidade de leões em momento aprazível, com uma exímia movimentação a partir de uma estrutura de articulações condescendendo ao peso do corpo relaxado; 5. uma paisagem com vento desenhado pela respiração a assobiar nos corpos imóveis. Nestas low pieces, é revelado um trabalho de interpretação cuidado feito por especialistas em corpo e performance. Durante estes momentos, não surgiram perguntas nem comentários, o risível do escuro entre cada aparição era de cada vez silenciado pela alvura dos corpos destacada do chão e do fundo negro por uma luz delacroiziana (sem assinatura no programa).

 Depois voltou o escuro e reiniciou-se a conversa onde o tema das expectativas foi retomado: “estás despido?”, “quantos estão no palco?”, “porque estamos no escuro?”, “posso reaver o dinheiro do meu bilhete?” (agitação), “porque havia som no último quadro?”, “é vento”, “ah, ok, também me pareceu…”, “porquê?”, “as rochas estavam sós”, “é importante reconhecer alguma coisa em cada parte?”, “acho obvio!”, “obvio em relação a quê?”, “como está o tempo na vossa casa?”, “muito pior do que aqui ou em qualquer lado!”, “a pergunta do início, sobre as mulheres, incomodou-me o tempo todo em que estive a dançar, dei comigo a pensar se tínhamos mais situações ao longo da peça que pudessem parecer discriminatórias… não pensei nisso antes, porque eu acredito na igualdade”, “de qualquer forma fizemos parte da performance”.

Começou a sair gente da sala e pouco depois as luzes acenderam-se e houve aplausos.

 Xavier Le Roy é formado em Biologia Molecular e desde 1991, trabalha como bailarino e coreógrafo. Tem vindo a desenvolver a sua actividade numa investigação quase científica dos limites dos media da dança, seja o corpo, a cultura ou a natureza da composição coreográfica. Estas questões estão patentes em solos como Self Unfinished (1998) (apresentado no Balleteatro Auditório em 2001, durante a Porto – Capital Europeia da Cultura), Le Sacre du Printemps (2007) e Product of Other Circumstances (2009) que passaram pelo Teatro Maria Matos em 2009 e em Março deste ano, respectivamente. Neste projecto Low pieces  (2009-2011), Xavier Le Roy propõe-se “experimentar e/ou reexperimentar os limites da nossa própria condição e cultura, como sejam objecto/ sujeito, humano/não humano, natureza/cultura”[2] e de acordo com o programa do TRAMA, “a investigação centra-se na análise de comportamentos e relações decorrentes da vivência em comunidade”.

 Assistimos a uma experiência performativa assente num minucioso dispositivo ou não fosse um cientista a dirigi-lo em conjunto com especialistas das artes de representação com o corpo. Público e intérpretes são colocados perante a observação do que vivenciam e num nível posterior da experiência, que se pretende que o público aceda pela performance, a identificação de si no que vêem. O treino destes intérpretes parece ser na afinação deste mecanismo e daí resultam as estratégias de comunicação com o público durante a conversa e as “paisagens” que são apuradas e seleccionadas a cada apresentação. As regras são claras mas não é exposto o objectivo, e esta é a trama de Le Roy. O jogo é aceite pelo público que não reconhece a transgressão ou a possibilidade de não obedecer aos momentos destinados a conversa ou de intervir nas “paisagens”. A trama enreda-se em si própria quando a surpresa toma o lugar da observação e o deleite o lugar do reconhecimento envolvendo intérpretes e público na teia da performance que nunca é posta em causa. O jogo termina num empate técnico e quando é assim, os visitantes saem a ganhar. Tal como no futebol, não se pode corrigir o lance na partida, melhora-se a táctica para o próximo encontro.


[1] http://blogues.publico.pt/avignon2011/2011/07/23/critica-de-danca-low-pieces-de-xavier-le-roy/

[2] http://www.xavierleroy.com


Vídeo: Susana Mendes Silva “X” Percurso

Início da performance “X” Percurso de Susana Mendes Silva. Mais informações neste artigo.


Christof Migone | Sonic Somatic: Performances of the Unsound Body

Conferência na FBAUP – 13.Out.2011

Como performer e artista plástico, Migone é já conhecido pela relação que institui entre o corpo e o som. Os seus projectos artísticos têm como característica a experimentação áudio, quer seja através da tecnologia que lhe é inerente (analógica e digital, sem alterar a essência da captação original), quer seja pelo impacto provocado nos seus espectadores e “ouvintes”, em peças que nos conseguem hipnotizar pelas suas repetições e obsessões.

No evento inaugural do festival, Conferência na Faculdade de Belas Artes do Porto, Christof Migone apresentou alguns dos seus projectos artísticos de áudio, caracterizados por uma abordagem bastante literal ao corpo e ao som e contextualizando-os com as práticas e pensamento da arte contemporânea. Para o artista, qualquer som pode ser percepcionado e interpretado de forma única e no seu trabalho o inesperado é sempre tido em conta, resultando plasticamente como sinónimo de ruptura, desordem e interferência.

Como com Brecht*1, o inesperado e o acaso, são parte fundamental da matéria prima: o som. Os sons acidentais, problemáticos e desconhecidos, provocados por um feedback produzido por meios técnológicos, ou inesperadamente produzidos pelo nosso corpo, são o seu objecto de estudo. O artista sublinhou como no seu trabalho estabelece como que um pacto com a natureza do corpo humano e dos sons que ele produz, tendo como objectivo desafiar a forma como nós, espectadores, os interpretamos e experenciamos. Tendencialmente o público tenta reconhecer nas peças de Migone outros sons para além dos sons que ouvem: identifica-los e associa-los a uma acção ou a um objecto. Sem conseguir identificar a sua proveniência, sentimos uma certa desorientação e desconforto à qual, de forma nervosa, reagimos com um pequena gargalhada.

Na conferência, Migone explicou ainda como, no seu trabalho, pretende subverter as expectativas associadas aos meios de comunicação escrita e falada: não pretendendo comunicar, procura antes, partindo do seu objecto de trabalho, levar ao limite as capacidades tecnológicas inerentes ao media dosom e dos sons que, enquanto seres humanos, somos capazes de produzir. Assumindo os dois factores, corpo e som, Migone explora a relação entre a linguagem e a voz, o corpo e o acto performativo, explorando-as suas potencialidades plásticas e criando peças quase viscerais, como acontece em Evasion (2000)*2.

Em conversa com o artista após a conferência, ficamos a saber que no âmago dos seus projectos se situa o debate entre a relação da imagem textual e o som: a forma como palavras se podem encontrar e associadas ao som, sem recorrer a este para serem ouvidas ou vice-versa.

À conferência de abertura do festival TRAMA seguiram-se duas Performances na via pública: Hit Parade e Hit Maker.

*1 – Referência á teoria do acaso, presente no livro: Chance-Imagery, de Brecht, George.

*2 – Evasion (2000): http://www.christofmigone.com/html/projects_gallery/Evasion.html

Parte da informação especifica relativa ao artista, foi retirada do site do mesmo. (http://www.christofmigone.com/index_cm.html)

Luís Nunes


Vídeo: Doris Uhlich “More Than Enough”

Mais informações neste artigo.


DORIS UHLICH – “More Than Enough”

Fotografia: Andrea Salzmann

Estúdio Zero (16 Out. 15h30 – 16h30)

What is beauty for you?”- esta é a questão lançada por Doris Uhlich na sua performance entre citações de Baudelaire, telefonemas em directo e nuvens de pó de talco. “More Than Enough” explora com humor e ironia a importância da aparência física na percepção de uma performance e a existência de um corpo ideal para a dança. Ao longo da performance, a coreógrafa austríaca telefona a quatro pessoas  “I’m calling you because I’m fat” – e questiona-as acerca da sua percepção de beleza. As respostas são distintas entre si, demonstrando a subjectividade do conceito: uma professora de dança contemporânea respondeu que a beleza está na excelência de uma bailarina; para um cego esta avaliação depende da possibilidade de poder percepcionar como um todo uma parte do corpo, como um pé; outra interlocutora respondeu que o corpo magro e jovem é o ideal de beleza no palco; um adulto sem cabelo responde que está na aceitação da sua identidade, não fazendo sentido desejar ter cabelo.

More Than Enough” questiona as críticas que o seu trabalho anterior recebeu da imprensa: “(…)she is confronting all the people with the corpulent nudity of her body.” Terá sido talvez esta “nudez corpulenta” que originou uma controversa discussão na página de Facebook do festival Trama: “choveram” comentários questionando o valor artístico da peça e denunciando a generalizada visão estandardizada do corpo e reagindo ao que vai contra os actuais cânones de beleza. No entanto, numa perspectiva mais positiva, demonstra a abertura do festival a um público que não pertence ao meio artístico. Na extravagância do seu coque armado e saltos dourados, a performer fita-nos com os olhos, com o corpo, com a sua nudez. A nudez de Doris Uhlich não choca, mas confronta, questionando a importância das características físicas no corpo que dança, no corpo expressivo. A questão é colocada de forma ainda mais clara quando Doris Uhlich e a bailarina Tale Dolven dançam lado a lado uma mesma coreografia, interpretada com igual destreza por dois corpos tão distintos.

Também Tale Dolven relativiza a percepção da beleza, falando do embelezamento criado pelo palco, luzes, música e guarda-roupa que envolvem os dançarinos.

O momento mais forte da performance terá sido aquele em que Doris cobre o corpo nu com pó de talco. Entre movimentos mais delicados e imperceptíveis, e movimentos de grande intensidade, forma-se à volta da artista uma nuvem branca e o cheiro do talco alcança a plateia.

A coreógrafa termina a performance afirmando: “you are beautiful if you make the world less dangerous and the minutes last longer” – algo que com certeza Doris Uhlich faz.

Sara Pinheiro

17/10/11

Mais info:

http://www.dorisuhlich.at/


Vídeo: Lucas Abela “Vynil Rally” na Estação de S. Bento

Filmado e editado por Sofia Romualdo.

Mais informações neste artigo.


SUSANA MENDES SILVA – “X” Percurso

Saída: Livraria CE Latina (15 e 16 Out. ao 12h15)

Um empresário sem escrúpulos julga enriquecer com o que, acaba por descobrir, são libras de louça, que se quebram quando caem no chão. Visões futuristas de uma fusão entre as cidades de Porto e Gaia numa megalopolis de seu nome Portogaia, em que as duas metades pertenceriam, respectivamente, à Europa e à América, e onde a paisagem é dominada por imponentes arranha-céus e hotéis de 5000 quartos. Pequenos pedaços da vida de uma personagem marcante do jornalismo e imaginário português, numa visita guiada de curiosidades e pistas para uma memória histórica.

Susana Mendes Silva transforma-se numa guia turística que conduz o grupo através das ruas estreitas do Porto, quedando-se perante portas que já não existem para contar histórias sobre um tempo e uma cidade povoados por camadas do passado, presente, e um futuro imaginado. Os olhos dos portuenses observam, curiosos, a estranha guia que leva os “turistas” de lugares como o Teatro Nacional de São João a outros tão aparentemente desinteressantes como uma porta de um edifício anónimo na Rua do Bonjardim.

A cidade do Porto é uma importante personagem nesta performance. Susana Mendes Silva distribui fotografias da época dos locais visitados, transfigurados pelo tempo, mostrando o que Reinaldo Ferreira viu. Segundo a artista, é importante que as pessoas se sintam ligadas às histórias, sintam que fazem parte desse universo real e imaginado de anacronismos e ficções.

O universo de Reinaldo Ferreira e Repórter X, seu nome de guerra e doppelgänger, caminha na linha entre realidade ficcionada e ficção realista. Para ele, a realidade não era suficientemente real, pelo que construiu a sua própria, inventando para si mesmo e para os outros as histórias e o jornalismo como achava que devia ser: entusiasmante, sensacional e misterioso.

Quis o acaso que esta performance-percurso de Susana Mendes Silva fosse estreada no dia 15 de Outubro, dia de uma manifestação global pela mudança. Um acaso feliz, mais um dos que marcam a rede complexa da sua obra. A este propósito, a artista menciona o que entende ter sido uma preocupação constante de Reinaldo Ferreira e do Repórter X: a denúncia dos que, através do dinheiro e do poder, tudo controlam, tudo procuram controlar, criando uma realidade deturpada e subjugada, essa sim mais perigosa do que a realidade imaginada das suas histórias.

Este projecto multidisciplinar integra ainda a projecção de películas originais – oportunidade única que, segundo a artista, dificilmente seria possível fora do universo do Trama – dos filmes “Repórter X”, com a presença do realizador José Nascimento, e dos mudos “Rita ou Rito” e “Táxi Nº 9297”, ambos realizados e produzidos pela empresa cinematográfica de Repórter X, e a ser analisados numa posterior oportunidade.

Sofia Romualdo

15/10/2011


WOL, Étude in Red – Exercício para habitar um objecto (II)

Passos Manuel (SEX. 14 Outubro, 00h30)

Na segunda proposta do performance-duo feminino sueco Wenche Tankred Och Lovisa Johansson, mantém-se a tarefa de desdobrar as potenciais competências dos objectos.

À loucura que reinava na baixa da cidade nesta noite – o calor atípico deste outono, a concentração de milhares de passeantes, a euforia musical dos tunantes, mesmo ali ao lado (no Coliseu) – o caos da escolha da performance: dois violoncelos e o movimento brutal, suado, desenfreado na manipulação do instrumento.

Em Étude in Red (2008-09), as WOL souberam, habilmente, envolver-se do inesperado ambiente de festa e, em êxtase performativo crescente, cabelos desalinhados, apropriaram-se da circunstância mais do que do próprio objecto, de uma espécie de tensão latente que é criada, nos breves momentos que antecipam um espectáculo: O que é que vai acontecer? Aliás, poder-se-ia também dizer que os seus pomposos vestidos vermelhos ironizam toda uma solenidade cara aos concertos de música dita clássica/erudita aqui desmistificada. E, assim, este Étude é um estudo recíproco: da espectativa dos espectadores relativamente à actuação das performers e da reacção sempre inesperada para estas que cada público oferece à sua actuação.

O trabalho lembra, inevitavelmente, o célebre TV Cello (1964), performance de Nam June Paik com a colaboração da violoncelista Charlotte Moorman. Desta vez, o corpo do instrumento não é composto pelos televisores de Paik, mas por tubos de condutas – artesanato ou artefacto, humanizado ou industrializado. Estes objectos pretendem servir conjugadamente os propósitos de um amplificado ruído catártico.

Numa noite assim, que a euforia dure até ao último fôlego.

Rita Xavier Monteiro

15/10/2011


Vídeo: Caty Olive “Diacaustiques des Esprits” no Lófte

Filmado e editado por Sofia Romualdo.

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Programa Trama – Domingo, 16 de Outubro

SUSANA MENDES SILVA – “”X” Percurso”
Performance/Percurso

PAULO MENDES – “S de Saudade, a Tortura da Memória”
Performance/Percurso

CATY OLIVE – “Diacaustiques des Esprits”
Das 15h00 às 18h30 e das 19h30 às 22h00 – Lófte
Instalação

LUCAS ABELA, a.k.a. DJ SMALLCOCK – “Vinyl Rally”
Das 16h00 às 22h00 – Estação de São Bento
Instalação

DORIS UHLICH – “MoreThan Enough…”
15h30 – Estúdio Zero
Dança

OSKAR GOMÉZ-MATA, Companhia L’Alakran – “Sem título”
Das 17h00 às 20h00 – Hotel Dom Henrique
Teatro

HENRIQUES FERNANDES, NUNO MORÃO E SUSANA SANTOS SILVA – “Concerto de improvisação sob influência da instalação Diacaustiques des Esprits, de CATY OLIVE”
17h30 – Lófte
Música

10h00-18h00 – PAULO MENDES – “S de Saudade, Continuar Portugal (Secretaria Geral)”
Vídeo
18h00 – PAULO MENDES – “Se pudessem parar de fazer para não fazerem nada, enquanto não param de todo”
Performance
CATHY VAN ECK – “Hearing Sirens”
Música

MARY OCHER
Música

22h00 – XAVIER LE ROY & GUESTS (Salka Ardal Rosengren, Sasa Asentic, Krõõt Juurak, Neto Machado, Luís Miguel Félix, Jan Ritsema, Christine De Smedt) – “Low Pieces”
Dança
23h45 – SVEN-ÄKE JOHANSSON –  “MM Schäumend – Overture for Portable Fire Extinguishers”